Dez anos de ilusão…

Uma proposta orçada em R$ 40 milhões e colocada em votação pela Prefeitura de Belo Horizonte para desafogar o trânsito no Padre Eustáquio e bairros vizinhos, como Alípio de Melo e Dom Bosco, venceu o Orçamento Participativo Digital (OPD) em 2008, mas até hoje não saiu do papel.

Obra sem previsão na rua Pará de Minas. Foto: Paulo Henrique Lobato

Trata-se do conjunto de intervenções no entorno da praça São Vicente, um dos principais gargalos no trânsito da capital. A proposta previa a construção de viadutos sobre a rua Pará de Minas para ligar as pistas marginais do Anel Rodoviário.
Também duas trincheiras destinadas ao retorno. Por fim, o alargamento do viaduto já existente sobre a Pará de Minas. O projeto foi colocado em votação juntamente com outras propostas e saiu vencedora: 48.739 votos.
O prazo de conclusão era de 18 meses. O OPD elegia uma obra em cada uma das nove regionais da cidade. A do entorno da São Vicente foi a mais votada em toda cidade. Mas isso não foi suficiente para que o projeto saísse do papel.
Lá se vão 10 anos e a parca mudança no local se resume à abertura de duas pistas na São Vicente. À época, vereadores organizaram audiências públicas na tentativa de que a obra fosse adiante. Não vingou. E dificilmente vingará.
Em nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou ao Jornal do Padre Eustáquio que, “inicialmente, as obras seriam executadas pela PBH, entretanto, a praça São Vicente está localizada no Anel Rodoviário e o responsável pela operação da via é o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), o que inviabiliza a execução de obras pelo município no local”.
O Dnit, que não elaborou a proposta, não tem previsão de revitalizar a região. O prefeito da capital durante a votação do OPD 2008 é o agora governador Fernando Pimentel. Segundo a assessoria de imprensa do chefe do Executivo, “o assunto diz respeito à PBH”.
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