Roubos caem no Padreco, mas violência ainda assusta

A base comunitária da Polícia Militar no Padre Eustáquio irá comemorar o primeiro aniversário com boas notícias: redução de 45,8% nas ocorrências de roubos e recuo de 10,2% nas de furtos. Os percentuais levam em conta o confronto entre janeiro e junho de 2018 e igual período de 2017.

Base da PM trouxe mais segurança ao bairro. Foto: Paulo Henrique Lobato

Este intervalo de comparação é relevante, porque, como a base entrou em operação em 28 de agosto do ano passado, trata-se do paralelo entre o primeiro semestre “cheio” após a chegada dos militares em frente ao santuário dos Sagrados Corações e o último período idêntico de seis meses antes da presença deles.

As quedas nos percentuais de roubos e furtos, contudo, ainda não são suficientes para garantir sensação de segurança em boa parte dos moradores. Isso porque, em se tratando de números absolutos, as estatísticas continuam atormentando a comunidade.

De janeiro a junho deste ano, por exemplo, foram 611 ocorrências. O total de roubos foi de 178 — média de quase um por dia. O de furtos, 433 — média de 2,4 diariamente. Respectivamente, as estatísticas foram de 322 e 483 no primeiro semestre do ano passado.

Os números foram obtidos com exclusividade pelo Jornal do Padre Eustáquio com base na Lei de Acesso a Informações. Em nota, o comando da PM informou que não poderia divulgar e comentar os dados em obediência à legislação eleitoral específica, em vigor desde 7 de julho, até o fim do pleito próximo.

A base comunitária do Padre Eustáquio é uma das 86 espalhadas por Belo Horizonte. Na prática, são formadas por policiais que ocupam uma Van equipada com internet, onde ocorrências são formalizadas, e duas motocicletas que fazem o policiamento ostensivo na região.

A do Padre Eustáquio é subordinada à 9ª companhia, na Via-Expressa, e recebo e elogios da lojista Eliana Barrioni, dona de uma loja de vestuário feminino, batizada com o sobrenome dela, na rua Padre Eustáquio.

“A base inibiu a presença de criminosos, sobretudo, que ficavam de olho nas saidinhas de banco. Meu marido perdeu a carteira de identidade dele no bairro e foi à base registrar ocorrência. Mas qual não foi a surpresa ao constatar que quem a encontrou deixou na base? Eu me sinto mais seguro com a base”, disse a comerciante (a reportagem continua após a imagem).

Dona Eliana está satisfeita em ter a base como vizinha. Foto: Paulo Henrique Lobato

Um dos coordenadores de uma rede de segurança pelo WhatsApp, Rômulo também elogia a presença da PM no bairro: “Realmente uma maior sensação de segurança. Temos percebido redução de crimes citados até nos grupos de segurança. Independentemente dos dados estatísticos, esta sensação é nítida. Acredito que a base inserida na comunidade, aliada às ações policiais frequentes que vem ocorrendo e organizaras pela 9ª Cia, está sendo muito favorável à nossa segurança. Bendito quer facilidade para realizar o crime. E o Padre Eustáquio policiado já não está um ambiente tão propício ao crime” (a reportagem continua após a imagem).

Rômulo elogia a base da PM. Foto: álbum de família

Há quem reclame, porém, que parte da violência ocorre porque a base não funciona 24 horas. “Funciona das 14h à meia-noite. Sei que há policiamento no bairro fora deste horário, mas bandidos aproveitam para atacar. Furtos de veículos continuam ocorrendo no bairro”, lamentou um comerciante que preferiu o anonimato.

Especialistas afirmam que o Padreco é visado em razão da posição geográfica, próximo a rotas de fugas como a Tereza Cristina, Via-Expressa e Anel Rodoviário. Por isso a PM recomenda que moradores acionem imediatamente o 190 em caso de crimes ou de pessoas em atitude suspeita.