Gepe, um grupo para valorizar o social e a economia do Padreco

Toda segunda-feira é folga de Marco Aurélio Costa, dono do Espettos. Mas, na da última semana de novembro, ele renunciou ao descanso e abriu o espetinho no Padre Eustáquio. Não esteve nos planos vender porções e bebidas: o empresário cedeu o espaço para uma reunião entre cerca de 15 lojistas e prestadores de serviços do tradicional bairro de Belo Horizonte.

Grupo surge para somar. Crédito: Paulo Henrique Lobato

Nascia lá o Gepe, Grupo de Empreendedores do Padre Eustáquio. “Desejamos fomentar o comércio local, mas, para isso, precisamos fortalecer a comunidade, o lado social. Queremos divulgar, promover e incentivar pessoas”, destacou.

A crianção do Gepe é o tema da primeira reportagem da série “De mãos dadas com o Padreco”, que o Jornal do Padre Eustáquio publica, a partir desta edição, para acompanhar os caminhos, desafios e resultados da união de empreendedores no terceiro bairro mais populoso da capital, com 28 mil moradores, segundo o último censo (2010) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“O coletivo não se limita a comerciantes: há profissionais liberais, prestadores de serviço. Daí a palavra empreendedores no nome”, esclareceu Adriana, proprietária da Magia Indiana, aberta há 17 anos.

A reportagem continua abaixo do vídeo da Trelelê Fantasias

Eles se uniram para planejar tanto ações sociais, como a arrecadação de produtos para famílias carentes e a organização de eventos de lazer e saúde, quanto campanhas promocionais que estimulem a economia regional. Na prática, unidos, têm mais força para ajudar o bairro.

Conseguem, por exemplo, atenção melhor do poder público. E barganha junto a fornecedores, com preços mais baratos cuja diferença pode ser repassada ao consumidor. “O que estimula a pessoa a comprar na nossa região”, acrescentou Marco Aurélio.

Do primeiro encontro surgiu a ideia do Natal Solidário. De 1 a 22 de dezembro, os clientes que doarem alimentos não perecíveis, materiais escolares, limpeza ou de higiene concorrerão a sorteios. Não é preciso efetuar uma compra; basta ir a um dos empreendimentos e doar algum dos itens alvos da campanha (leia mais na página 4). Os materiais serão encaminhados a instituições filantrópicas.

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Vantagens

Os empreendedores estão no caminho certo, considerou Victor Mota Ferreira, analista do Sebrae Minas com experiência em projetos que se tornaram referência, entre eles o que ajudou a melhorar a economia na avenida Silva Lobo, lado Oeste de BH.

“O grupo pode ratear custo com campanhas e marketing, reduzindo despesas que sairiam caras se fizessem sozinhos. É a famosa frase: ‘uma andorinha não faz verão’. A união aumenta a visibilidade. É o que ocorre na avenida Prudente de Morais: as portas das lojas receberam a mesma decoração. Deu mais visibilidade”, citou o especialista.

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O analista do Sebrae continua: “Muito consumidor quer comprar perto de casa. A pessoa não quer ir longe, quer economizar tempo”.

Mas o sucesso de um grupo, alerta Ferreira, precisa de planejamento: “É necessário governança, senso de comunidade. Todos precisam cooperar”.

Os integrantes do grupo estão animados com a missão: “Acredito muito na força do Gepe. Os envolvidos estão empenhados em inovar para maior visibilidade do bairro e fortalecimento do comércio local. O momento agora é o de unir forças em prol de um bem maior”, disse Fabiane Brandão, da Dó Ré Mi Fabi, especializada em moda infantil.

“Vamos unir forças não só para maior visibilidade, mas também para ajudar ao próximo”, concluiu Hugo de Souza, do HL Studiohair.

 

Veja abaixo as outras reportagens da série De mãos dadas com o Padreco:

Reportagem 2: Natal Solidário

Reportagem 3: Pelo bem de todos

Reportagem 4: O que você pode aprender com o Gepe

Reportagem 5: Receitas empreendedoras

Reportagem 6: Um logo para o comércio do Padreco

Reportagem 7:  Fidelidade que vale delícias

Reportagem 8: Carga pesada

Reportagem 9: Um projeto pra lá de especial

Reportagem 10: Quinhentão nas mãos

Reportagem 11: Valorize seu FGTS