“Corta-caminho” vira dor de cabeça para moradores do Padreco

Antiga moradora do Padre Eustáquio, a comerciante Ana Cristina Cornélio, de 54 anos, observa, incrédula, como as ruas do tradicional bairro se transformaram numa espécie de “corta-caminho” para motoristas que fogem do caótico trânsito da Via-Expressa e Avenida Pedro II.

Resultado: corredores como a Aquidaban, Humaitá, Tuiuti, Itororó e Vereador Geraldo Pereira recebem quantidade de veículos acima do planejado, causando longas filas de carros nas ruas que as cortam e, consequentemente, expondo ao perigo pedestres e os próprios condutores.

O caos ocorre, sobretudo, no horário de pico da tarde. Há condutor que leva mais de 10 minutos para percorrer um quarteirão das ruas que cortam os corredores paralelos à Via-Expressa. Dona Ana Cristina observa a situação com lamento.

Trânsito caótico na Via-Expressa leva motoristas a cortarem caminho nas ruas do bairro. Foto: Paulo Henrique Lobato

O pequeno bar dela fica na Aquidaban, onde o intenso fluxo de veículos dificulta condutores que descem ruas como a Castigliano de continuar a viagem.

“Só quando uma alma boa para o carro e dá passagem é que eles passam. Na Castigliano e outras vias, há longas filas de carros esperando passagem”, constata a comerciante.

Marco Antônio tem dificuldade em atravessar a Aquidaban. Foto: Paulo Henrique Lobato

O problema também afeta moradores das ruas que recebem o intenso trânsito de veículos, como Marco Antônio Dias, de 58 anos. “Custo a tirar o carro da garagem. Até pedestres têm dificuldades em atravessar a Aquidaban”, reforçou o homem, acrescentando que a situação é a mesma em várias ruas do bairro.

Teanstorno na Jacutinga com Vila Rica. Foto: Paulo Henrique Lobato

É o caso dos condutores que seguem pela Jacutinga. Na esquina com a Vila Rica, as longas filas são como figurinhas carimbadas, sobretudo, no fim da tarde e início da noite. Muitos condutores que passam pela via, que posteriormente passa a se chamar Riachuelo, fogem da Pedro II, onde a faixa exclusiva para ônibus, implantada há dois anos, causou polêmica.

De um lado, beneficiou o tempo de viagem dos coletivos. De outro, deixou o trânsito para carros mais lento, o que levou muitos condutores a “migrarem” para ruas dos bairros Padre Eustáquio e Carlos Prates.

A solução, segundo moradores, é a instalação de semáforos ou redutores de velocidade, como quebra-molas. Procurada, a BHTrans ainda não comentou o problema até a publicação desta reportagem. Enquanto isso, moradores sofrem com o caos. E quem poderá ajudá-los? Chapolim Colorado?